Ontem li uma coisa tão bonita, do Ailton Krenak: "Muitas dessas pessoas não são indivíduos, mas pessoas coletivas, células que conseguem transmitir através do tempo suas visões sobre o mundo" do livro Ideias para adiar o fim do mundo.
Nesses tempos difíceis um livro ou seriado, tem
sido um refúgio, um respiro, um desencadear de pensamentos para minha criação.
Precisei parar um pouco com os noticiários, não é negacionismo não, estou
ciente de tudo, vivendo real na pele a pandemia, isolada porque posso, faz mais
de um ano. Eu e meu marido em casa. Graças a Deus os dois trabalhando, ele home
office e eu onde sempre estive.
Mas existem outras pessoas, existe um mundo lá
fora que todos nós precisamos. Risadas entre ruas, conversas ao pé do ouvido em
bares barulhentos, ai o bloquinho do bairro!! Já avisei que quando a pandemia
passar..., eu vou lá, eu vou lá..., dançar até o dia raiar, de meia calça
arrastão rasgada e maiô esgarçado! Flor no cabelo, batom vermelho borrado!!
Quando a pandemia passar vou me enfeitar de purpurinas ecológicas que nunca
mais vão sair....
Quando a pandemia passar, talvez não passe? Não
quero falar das coisas tristes, porque não há mal que sempre dure. Vai passar e
vamos nos encontrar, festejar, cantar e dançar! Vamos saldar com louvor os que
foram e não conseguimos nos despedir, não vamos falar de coisas tristes. Vai
ter carnaval, Copa, Olimpíadas, teatro, as novelas..., essas me perderam como
atriz e como telespectadora voraz! Se existe uma coisa boa nesses tempos foi a
Netflix, HBO, Amazon e seus seriados, do que vamos pensar agora? Em italiano,
francês, árabe, espanhol, hebraico ou português?? Sobre o que vamos viver?
Anne com E me fez entender quem sou! Ela quer
tudo percebi que estou exatamente no caminho certo! Cidade Invisível quero ser
como a Cássia Kiss, estou quase pronta para fazer uma mulher mística, uma bruxona!
Vis a Vis aprendi a ser vilã, em Suburra minha cidadania italiana gritou!
Euphoria e a saudades da minha adolescência. Casa de Papel vontade de tramar,
pegar uma grande cartolina e desenhar uma dramaturgia de gerações! Gritei alto
com o Curupira de Cidade Invisível, na verdade gritei alto a cada desvendar de
personagem, Saci, Cuca, minha infância! Pico da Neblina!!!! Pose me levou
diretamente aos anos 80 e a enterder e me apaixonar mais pelo público Lgbtqia+.
Baseado em fatos raciais uma verdade que demorei para entender.
Essa lista não termina nunca, me arrependo de
não ter anotado e fichado, estilo aula de redação cada seriado que assisti.
Diferente das novelas que te prendem por 1 ano no mesmo enredo, com os mesmos
atores e finais. Intermináveis, macarronescas, burras e possessivas. Me sinto
livre como um passarinho quando meu marido me convida para assistir um seriado,
o mais próximo a: _Topa um cineminha?
Já vou organizando o espaço!
Sem negacionismo, mais arte, mais livros e
histórias!!
Meu livro, meu trabalho, meu olhar,
http://www.ficcoes.com.br/livros/naoqueroescutar.html
Não quero escutar que me ama", minha contribuição para mais algumas horas de escape.
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