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Pensamentos e Reflexões

domingo, 13 de setembro de 2009

Metrô em Sampa


Terça-feira passada, cinco e meia da tarde, a cidade estava um caos, na hora que resolvi sair de casa para me dirigir ao curso de Redação Literária. Vi na internet que naquele momento seria impossível ir de carro -trinta pontos de alagamento! Semana passada não fui `a aula, não me lembro o motivo, mas jamais falto duas semanas consecutivas... jamais!
Então vesti galochas, capa de chuva, mochila, o "ipod" e fui animada escutando Madre Deus para o metrô Consolação. Animada não. Resignada. Já tinha o bilhete, um só; na volta compro o outro, já que o movimento será bem menor. Desci pelas escadas rolantes, e me posicionei estrategicamente na plataforma de embarque, como maré em lua cheia, a onda de pessoas que chegava estava mais para Tsunami.
Respirei fundo e me mantive firme. O trem chegou e parou, abriu a porta, a multidão se encavalou na troca de fluxo. As pessoas não conseguem esperar o desembarque para depois embarcar... fazer o quê? Fiquei `a distância, e assim que a confusão se aquietou entrei no vagão, encostei na parede, perto da porta e tentei me levar pela música.
O trem não estava lotado, apesar da plataforma estar, todos conseguiram se acomodar. O incrível é que em poucos segundos e já estávamos na próxima estação, mais uma plataforma cheia de pessoas que entram no trem, antes disso, lógico que se engalfinham para saber quem entra e quem sai primeiro. E eu lá, encostada na parede, perto da porta, controlando meus impulsos.
Seguimos viagem, terceira estação. Quando vi a quantidade de pessoas para o embarque, meu coração disparou, sabia que todas iam se espremer até conseguirem entrar no trem. Pensei em enfrentar como nas duas últimas estações, mas pensei por três segundos e corri para a porta, tentar sair. Digo tentar, porque não necessariamente você consegue sair. A minha sorte é que um funcionário do metrô, que está lá para auxiliar o embarque e desembarque, viu no meu olhar minha perturbação, me pegou pelo braço e puxou, como quem desentope uma pia, e me salvou! Salve os monitores! Eles ajudam os cadeirantes também!!
Feliz e levemente frustrada, sentei-me numa cadeira ali mesmo. Todos entraram no trem, esmagaram-se e o trem partiu. Do meu lado, uma moça de uns 19 anos. Observei que ela estava ali sentada, olhando como eu o movimento e resolvi puxar assunto, depois de um breve sorriso:
-Tentei, mas não consegui seguir viagem, o trem não parou de lotar, foi me dando falta de ar e taquicardia e resolvi fracionar a viagem.
-E eu estou fazendo hora e esperando o trem esvaziar, passo mal com ele lotado assim...
Eu fiquei tão feliz de saber que não sou um "alien", que outras pessoas também “fritam”...
Bom, não tinha o que fazer, sempre vou para a aula uma hora e meia antes justamente para fazer a lição, com calma, naquela casa maravilhosa e inspiradora. Abri minha mochila; prancheta e lápis na mão e em sete trens escrevi minha redação e ainda a passei a limpo. Quando terminei, olhei o trem e estava quase vazio, num pulo de gato, mochila, lápis e prancheta na mão entrei no trem, mais duas estações e consegui chegar `a aula, eu, o professor e três alunos...!!
Foto: da Web.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Minha Oração



O que posso fazer para merecer Ser?
Eu sei que o melhor é esquecer...
Mas nessa solução,
Não encontro uma saída!
Invoco as forças:
-Ditirambo e ancestrais!
Todas as energias astrais.
Me ajudem a me satisfazer,
com calma, com maturidade
Me despindo da vaidade
Caminho em busca da Verdade!

2005