3 minutos
A câmera nervosa persegue as
meninas em várias situações:
-num corredor de supermercado
-abrindo a porta de casa com pressa e medo
-vestindo um jeans e arrematando com um cinto de couro cheio de spacks
-bêbada feliz na balada
-comprando sorvete, donuts
-dançando na pista
-no corredor da escola
-na praia
-na piscina
-na academia
-passando o cigarrinho
-enchendo o copo de bebida
-no ônibus
-no médico, no psicólogo
-meninas no quarto se vestindo (estilão filme americano)
-na privada fazendo cocô, e os meninos do lado de fora tentando alcançar
a janelinha do banheiro
... (infinitas possibilidades...!)
A reação a percepcão da câmera tem que ser um susto, uma cara de horror, as vezes um grito, no maior estilo Bruxas de Blair, Um Estranho no Ninho, O bebê de Rosemary, terror e suspense. Hitchcock é uma ótima referência. (câmera caindo no chão)
A captação pode ser por celular, assim elas têm a liberdade de filmar aonde mais acharem gatilhos, são fragmentos de cenas, segundos, não precisa explicar, só o "retrato", o registro rápido, como aquele momento quando a gente percebe o assédio, demora para entender, para cair a ficha.
A edição vem numa sobreposição
rápida e ritmada, bem impactante num crescente com a música como se fosse um
bolero de Ravel, -atualizado-, ou um funk que podemos compor juntas, no maior
estilo carioca, mas com o viês contrário, bem feminista, para finalizar o
grande estase, o desvendar da câmera, com um close apoteótico dum pinto duro.
Assinatura- Todo pau nasceu de uma vagina. Respeito! tipo isso, mas podemos pensar mais, a assinatura tem que ser tão impactante e simples quanto o que queremos dizer.
Salvar as imagens divertidas da
captação, a gargalhada após a cena de terror, vai ser usada depois no "inside
the theme", quero depois usar o material perdido, não usado, para mostrar
como a gente fez. Que somos fortes e corajosas e emprestamos nossa posição para
falar por mulheres em situações mais vulneráveis. Mesmo rindo a gente pode
falar de coisa muito séria.
Pode ser só as meninas,
massxxs podem ter outres, menines, não binarios, Lgbtqia+.
por
Cica Aguirre para Mariana Jorge. <3
São
Paulo, 4 de outubro de 2021.
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